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Desde o início da Campanha Salarial de 2015, em outubro do ano passado, a direção do Sindicato dos Vigilantes de Minas Gerais tem acompanhado de perto as manifestações dos vigilantes a respeito desta luta tão importante para a categoria, seja nos contatos pessoais com os trabalhadores, por telefone ou na internet, por meio do Facebook.
Durante todo este tempo, diversos trabalhadores expressaram sua insatisfação às reivindicações constantes na pauta enviada aos patrões, principalmente com relação ao reajuste salarial e ao piso da categoria.
Os críticos, trabalhadores e trabalhadoras, sempre diziam que a direção do Sindicato deveria pedir um grande aumento, pois o salário do vigilante é baixo etc. No que concordamos plenamente. Porém, até mesmo para não criar uma expectativa irreal, a direção do Sindicato apresentou reivindicações plausíveis, possíveis de serem negociadas.
Como todos sabem - mesmo aqueles que pouco se interessam em acompanhar a vida do Sindicato, a luta para se obter dos patrões um mínimo de reajuste ou benefício que seja não é fácil. Pois, ninguém quer abrir mão de que parte for de seus lucros para beneficiar os empregados.
Isso sempre foi assim, e não é novidade para ninguém. Porém, nos últimos anos, os patrões, percebendo que a categoria tem se interessado cada vez menos em participar da luta por melhores salários, benefícios e condições de trabalho, passaram a endurecer o jogo, dificultando cada vez mais as negociações.
Mesmo assim, um grupo de trabalhadores, decidido a minar a direção do Sindicato, com o pensamento atrasado de “quanto pior, melhor”, não economizou nas críticas. O curioso é que esses mesmos trabalhadores pouco ou nunca se dispuseram a participar de uma única assembleia convocada pelo Sindicato.
Para esse grupo, o Sindicato deveria se virar sozinho. Mesmo assim, a direção do Sindicato, incansável como é, não abriu mão de fazer sua parte e de convocar os trabalhadores para que, democraticamente, pudessem se manifestar, com críticas e sugestões.
A direção do Sindicato sempre age dessa forma, pois sabe, pela experiência acumulada ao longo dos anos, que “dois pensam melhor do que um” e que a velha máxima de que “a união faz a força” continua muito atual e faz a diferença.
Só uma diretoria séria, comprometida com a defesa intransigente dos interesses dos trabalhadores, como esta, insiste na realização de assembleias democráticas e na participação dos trabalhadores. Vale registrar que não são raras as entidades pelegas que sequer convocam assembleias e decidem por conta própria sobre questões que interferem diretamente na vida dos trabalhadores.
Mas, no Sindicato dos Vigilantes de Minas Gerais, a coisa é diferente. Fazemos questão de seguir as orientações da categoria e lutamos para que ela tenha o melhor que pudermos conquistar. E para conquistar, tem que participar.
Como já falamos inúmeras vezes, nada cai do Céu ou é dado de mão beijada. E a história está aí para provar isso. Das grandes conquistas da humanidade às conquistas históricas da nossa categoria, tudo é resultado de luta, muita luta. Exemplo disso foi a luta pela conquista do adicional de periculosidade de 30%.
Se erramos, estejam certos, vamos levar em consideração as críticas para que nos sirvam de exemplo, pois não podemos e não vamos cometer os mesmos erros nas próximas negociações. Mas, é importante ressaltar que a diretoria do Sindicato, sozinha, não faz milagres.
Para avançarmos em nossas conquistas e alcançarmos um salário digno dos nossos esforços, alavancarmos o piso salarial e termos um tíquete refeição que atenda às nossas necessidades, por exemplo, é necessário que todos se engajem e compreendam que o Sindicato somos todos nós. E a participação dos vigilantes nas assembleias é o mínimo de esforço que cada vigilante tem que fazer para que, ao final da Campanha Salarial, saia satisfeito.
Nesta Campanha, foram seis meses de negociações com os patrões, dezenas de assembleias convocadas pelo Sindicato, na capital e diversas cidades do interior do Estado. Para convocar os trabalhadores, foram distribuídos mais de 150 mil jornais e publicadas chamadas no site e no Facebook, com milhares de visualizações, e no programa mantido pelo Sindicato na rádio Itatiaia.
Portanto, o Sindicato não pode arcar sozinho com o ônus do resultado desta Campanha Salarial. Se as conquistas obtidas ainda estão aquém daquelas que sempre sonhamos, também não podem ser desprezadas, principalmente diante do atual cenário econômico. É importante registrar que, atualmente, poucas categorias conseguiram atingir percentuais de reajuste salarial com ganho real superiores ao que acabamos de conquistar.
Segundo pesquisa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), em 2014 a média de reajuste salarial real foi de 1,39%. Ou seja, muito próximo do que conquistamos. Quando comparado com entidades representativas de vigilantes de outros Estados, também ocupamos as primeiras colocações entre as que obtiveram os melhores reajustes.
Mas, a direção do Sindicato acredita que é possível avançar nas conquistas. Para tanto, além de contar com uma maior participação dos trabalhadores nas atividades e assembleias, é preciso que o Sindicato se mantenha forte, o que é o contrário do que prega alguns vigilantes nas redes sociais, que defendem oposição ao desconto assistencial.
Ora, companheiros e companheiras, como o Sindicato vai ter condições de manter sua sede, suas subsedes e toda a estrutura atual se não tiver recursos financeiros para isso? Um Sindicato fraco e sem recursos só interessa aos patrões!
Se com os recursos que temos atualmente a luta não é fácil, imagina sem recursos! Manter uma entidade desse porte não é fácil e nem simples, pois tudo demanda recursos. Mas, com todas as dificuldades temos conseguido. Isso, graças a cada um de vocês, que contribuem com sua parte.
E é importante lembrar que o Sindicato dos Vigilantes é um patrimônio dos trabalhadores, que deve ser mantido pelos trabalhadores. O Sindicato não pertence a nenhum dos membros que compõem a diretoria. Um dia, cada um dos diretores não mais farão parte da direção, mas a entidade permanecerá.
Ao se opor ao financiamento do Sindicato, simplesmente o trabalhador que assim fizer estará dando uma grande contribuição para o enfraquecimento da entidade – dificultando ainda mais as negociações – e ajudando a fortalecer os patrões.
Com isso, em poucos anos, corremos o risco de não termos sindicato nem mesmo para lutar por um mínimo que seja de reajuste salarial ou melhorias nos benefícios, sem falar no risco de retrocesso nas conquistas.
Por isso, alertamos a todos os trabalhadores para que reflitam sobre esta questão e não caiam nesse tipo de armadilha proposto por pessoas que não têm nenhum compromisso com a nossa profissão e nossa categoria.
Vale ressaltar que a contribuição sindical não é uma taxa criada pelo Sindicato, mas por força de lei, que é devido por todos os trabalhadores, de todas as categorias. E o valor descontado dos trabalhadores anualmente não fica integralmente com o Sindicato, mas é dividido entre o Ministério do Trabalho, federação, confederação e a central sindical.
Além disso, é bom frisar, que nosso Sindicato sobrevive única e exclusivamente da contribuição dos trabalhadores. Ou seja, não conta com nenhum financiamento do governo ou de empresas. E isso é muito importante, pois garante que a entidade não precise de favores, benesses e muito menos de se vender aos patrões.
Ao se manter com recursos próprios da categoria, o Sindicato se mantém isento, independente, tendo que prestar contas única e exclusivamente aos vigilantes.
Por fim, contamos com o apoio e a contribuição de todos para mantermos esse patrimônio tão importante para a categoria e também nas lutas sempre em busca de melhores salários, benefícios, condições de trabalho e de uma vida melhor para todos e todas!
Direção do Sindicato dos Vigilantes de Minas Gerais