Compartilhe:
A presidenta Dilma Rousseff foi reeleita para mais quatro anos de mandato neste domingo (26), com 54,5 milhões de votos, o equivalente a 51,64% dos total de válidos. A disputa com Aécio Neves, que obteve 48,36% dos votos válidos, foi a mais acirrada da história do Brasil desde a redemocratização.
As duas grandes surpresas da disputa ficaram para os estados de Minas Gerais e Pernambuco, em que Aécio Neves sofreu uma derrota inesperada: 52,4% a 47,6% em Minas, bem diferente do primeiro turno, e 70,2% a 29,8% no estado natal de Eduardo Campos.
O Nordeste e o Norte do país concederam mais de 70% dos votos para Dilma, enquanto o Sul, Sudeste e Centro-Oeste tiveram vitórias de Aécio. Nesse cenário, Minas Gerais optou pelo lado dos trabalhadores.
A derrota do PSDB em Minas Gerais vem carregada de uma dupla simbologia. Ela aconteceu numa arena em que simbolicamente Aécio se apoiou durante toda a sua campanha. O mote “Quem conhece Aécio não vota jamais”, no final, foi decisivo para a conclusão.
A tendência de altas taxas de abstenções e anulações de votos se confirmou neste segundo turno, com ausência ainda mais pronunciada dos eleitores em todo o país: 30.122.901 (21,10%) de eleitores aptos não compareceram às urnas, 1.921.670 (1,71%) deixaram a urna em branco e 5.219.165 (4,63%) anularam a escolha.
Discurso da vitória
Em seu primeiro discurso após a vitória, em Brasília, Dilma agradeceu os votos recebidos e conclamou a todos os brasileiros e brasileiras a se unirem para que o Brasil continue avançando. A presidenta também agradeceu ao vice-presidente reeleito, Michel Temer, “amigo e companheiro de todas as horas”, e ao ex-presidente Lula, “militante número um das causas do povo do Brasil”.
“Meus queridos, meus amigos e minhas amigas, chegamos ao final de uma disputa eleitoral que mobilizou intensamente todas as forças do nosso país. Como vencedora dessas eleições históricas, eu tenho simultaneamente palavras de agradecimento e conclamação. Conclamo, sem exceção, todas as brasileiras e todos os brasileiros a nos unirmos em favor de nossa pátria e nosso povo. Não acredito, do fundo do meu coração, que essas eleições tenham dividido o país ao meio. Entendo que ela tenha mobilizado ideias e visões às vezes contraditórias, mas elas contribuíram para a discussão do futuro do país”, disse.
Em tom de união, a presidenta disse que está disposta ao diálogo e que este é seu primeiro compromisso no segundo mandato. A presidenta reconheceu sua reeleição como um “voto de esperança” em um projeto a ser melhorado e declarou suas três principais causas para os próximos quatro anos: a primeira e mais importante será a reforma política, a ser reforçada via plebiscito popular; a segunda será o combate à corrupção, por meio de uma legislação mais dura; e a terceira, um impulso renovado à atividade econômica, com especial atenção ao setor industrial.
A presidenta também destacou que a continuidade da expansão do emprego e a luta por maiores salários será pauta constante, como tem sido. Em meio a uma militância exultante, Dilma teve dificuldade de conter as manifestações de apreço. “Mais que nunca, é hora de todos nós acreditarmos no Brasil”, concluiu.
Fonte: com reportagem do Portal CTB.